"The Tragedy of the Commons"
O Dr. Dylan Selterman, professor
de psicologia na universidade de Maryland, oferece aos alunos melhorarem a nota
final bastando certar uma entre duas opções. A pergunta é se os alunos desejam
que ele acrescente entre 2 e 6 pontos na qualificação final. Porém, se mais de
10% da classe pedir 6 pontos, ninguém obterá nenhum ponto.
O resultado é o que a Teoria
propõe. A Tragédia dos Comuns foi formulada por Garrett Hardin em 1968. Ela
descreve uma situação em que os indivíduos motivados apenas por interesses pessoais,
atuando de forma independente e racionalmente, destroem um recurso comum.
Fala-se que quando nasce um bebe
ele vem sem manual de instruções. Na verdade, o manual já está dentro dele e
chama-se Intuição. Um canal sempre aberto, mas que é preciso silêncio para se
escutar. E não se pode racionalizar. O que os estudantes do curso acima fazem.
Eles escolhem racionalmente de acordo com seus interesses particulares. Que é
exatamente o que falo que o ego faz. E é isso que cria os problemas. O
Equilibro de Nash provou a mesma coisa e o Dilema do Prisioneiro também.
A dois mil e quinhentos anos mais
ou menos isso já foi explicado detalhadamente. Lao Tsé e Sidarta Gautama, O
Buda, explicaram que quando se solta se tem e que quando se prende se perde.
Todo vendedor deveria saber disto na “palma das mãos”. Toda vez que se
pressiona um cliente a probabilidade de perde-lo é gigantesca. Ponha pressão e
o cérebro reptiliano reage na hora. Experimente dizer para um crocodilo que ele
deve deixar os gnus atravessarem o rio.
A única solução que existe é
soltar. Soltar como convicção pessoal, soltar emocional e racionalmente.
Desapego. Os interesses do ego vão contra tudo isso, vão contra as leis que
regem o universo. Coloque numa ilha cães e cabras. O que acontecerá? Os cães
comerão todas as cabras e morrerão de fome porque não existem mais cabras. O
que aconteceu na Ilha da Páscoa? A mesma coisa. Derrubaram todas as árvores até
destruir o meio ambiente. Infinitos exemplos.
Cada um está olhando só os
próprios interesses e acha que não haverá consequências disto. Entre estudar e
passear o que fazer? Entre trabalhar e “enrolar tomando n cafés”? Entre manipular
ou não? Entre escravizar ou não? Entre explorar ou não? São mínimos detalhes
que somados destroem o que todos querem individualmente. Por exemplo, para os
chineses chegarem no nível dos americanos de hoje, são precisos dois e meio
planetas Terra! Só temos um! E os chineses estão trabalhando arduamente para
chegarem lá e precisam de mais dois e meio! E os terrestres já estão gastando
1.4 planeta Terra. Sacando do futuro. Do mercado futuro.
Uma coisa que talvez a maioria
ainda não percebeu é que dinheiro só vem quando não se tem apego por ele.
Quando o dinheiro não tiver mais importância ele virá. Enquanto a pessoa põe
pressão para ter ela vive numa escassez de recursos. Lutando pela sobrevivência.
Como se chegou nisso? Como uma pessoa fica endividada? Qual foi a motivação
para fazer dívidas? Qual foi o apego? O que ela não soltou? Caso tivesse
soltado não teria dívidas e não estaria numa situação complicada. Dinheiro só
vem quando não significa mais nada. Aí vem. O sucesso só vem quando não
significa mais nada. Essas são leis universais.
Quando colocamos os interesses
particulares acima de tudo contrariamos essas leis e os problemas aparecerão na
certa. Só questão de tempo. Por isso esses Avatares explicaram tanto que é
preciso soltar, desapegar-se, etc. Quanto mais pressão e ansiedade menor o
resultado conforme o Experimento Zeno mostra. A atenção concentrada paralisa
tudo. E ansiedade é um medo imenso que paralisa da mesma forma. Se você está
num campo e uma vaca corre em sua direção o que você faz? Fica paralisado? Em
quanto tempo reage? Pegue uma caneta na mão, se uma pessoa disser para soltar
em quanto tempo você solta? Já fiz esse teste nas palestras e levam segundos
para soltarem. Isso é o apego.
É aquele desejo de que “quero
porque quero”. Por mais que se explique que aquilo não é viável ou é impossível
a pessoa “quer porque quer”. Isso é o ego acima de tudo. Quando o Titanic estava
começando a adernar o que a banda de música fez? Foram para o convés e
continuaram tocando até o fim. Isso é soltar. Isso é Iluminação Espiritual.
Isso é aceitar o inevitável com serenidade. Sem protestos, sem se debater, sem
reclamar, sem xingar, sem maldizer, etc. Este é o nível em que se tem de
chegar. E eles provaram que é possível ser assim. Eles não foram arrancar as
mulheres e crianças dos botes. O que seria do interesse particular deles no
momento. Ficar vivo a qualquer custo. Eles foram capazes de contrariar o
cérebro reptiliano e soltar a vida em prol dos demais.
Toda vez que a pessoa começa a
pensar “tenho que vender”, “tenho que ganhar”, “vamos enfiar o produto na goela
do cliente”, “quero a promoção de qualquer jeito”, “custe o que custar”, “tem
que dar certo”, “desta vez vai”, “depois do carnaval anda”, “ano que vem
melhora”, “a ferro e fogo”, significa por pressão para que algo aconteça. E
isso vai contra o fluxo do universo. A Teoria do Caos não funciona assim. A
oscilação é normal e natural. Ter de vender sempre, ter crescimento linear
eterno é uma coisa que simplesmente não existe. É querer sair do buraco puxando
os próprios cabelos!
Por isso foi dito que quando
quiserem que você ande uma milha ande duas! Quando quiserem a túnica solta a
capa! Quanto menor a resistência mais se avança. É um conceito profundo isso.
Não é derrotismo, nem fraqueza, nem negatividade. Pelo contrário é uma força
tremenda poder fazer isso. Soltar. Só os fortes soltam.
O conceito de rendição e entrega
é a mesma coisa. É o soltar. Quando a pessoa se rende ela entra em fluxo. E só
o fluxo permite o crescimento pessoal em todas as áreas. Sem pressão, sem
ansiedade, sem desespero, etc.
Quando Nietzsche falou sobre o
super homem do futuro, ele estava falando do homem individuado. Isso não foi
entendido. O homem individuado é o que está unificado. Está completamente
integrado. Seu ego desapareceu, está fundido com o Self. Existe outra coisa no
lugar do self. Só existe a fusão do self com o Self. O super herói americano
Superman é uma estória que exemplifica isso. O que faz o Superman? Ele procura
os seus próprios interesses? Ele só trabalha e vive para ajudar a humanidade.
Seus superpoderes só servem para ajudar. Vive disfarçado e sempre que é
necessário ajuda. Sem que ninguém saiba quem é ele. “Que a sua mão esquerda não
saiba o que a direita faz”. Ajudar sem alarde.