quarta-feira, 15 de abril de 2015

Sistema de crenças VII



Sistema de crenças VII
Autossabotagem
A solução do problema das condições de vida dos pobres envolve dois passos. A questão é que até hoje a humanidade não decidiu fazer o que é preciso fazer. A mesma coisa vale também para a classe média, no tocante às pessoas que tem dificuldade para sobreviver economicamente.
Primeiro a educação e o conhecimento. Nós incentivamos a criação de bibliotecas particulares circulantes. Em cada rua deveria haver grupos de estudos de sociologia, economia, história, mitologia, etc. As pessoas se reuniriam nas casas para estudar e trocar opiniões. Os livros circulariam nestes grupos e também de forma aberta para todos os interessados. Lembrando que o custo de livro num sebo é plenamente viável para um grupo adquirir. E os meus livros são doados integralmente. Sem conhecimento não há possibilidade de independência seja ela qual for. E não se pode depender de ninguém para se conseguir isso. É preciso investir tempo na aquisição de conhecimento. Um único livro fará uma enorme diferença na vida da pessoa. Não importa a cidade que seja, nem o bairro que seja, nem o jardim que seja, é possível que as pessoas se reúnam para estudar. É preciso querer progredir e agir para isso. Esses grupos também podem ser de ajuda mútua. Todos têm conhecimento que pode ser útil para os demais e podem ajudar-se mutuamente. Um mecânico pode consertar o carro sem cobrar e um pintor pode pintar a casa sem cobrar. E assim por diante. Bastaria que todos se ajudassem que tudo seria resolvido. É preciso que algumas pessoas comecem a fazer isso para que os demais vejam que funciona.
Segundo, a questão de morar e trabalhar. Faz um século que existem os kibutz em Israel. São comunidades onde vivem e trabalham. Qualquer grupo de pessoas pode fundar uma comunidade. Em termos jurídicos é uma cooperativa. Isso pode ser feito tanto na cidade como no campo. Um sítio ou uma fazenda dependendo do tamanho da comunidade é absolutamente possível. Tudo é uma questão de planejamento e execução. Todos viveriam em comum unidade. Como os cristãos faziam no início. Os tupinambás já faziam isso em 1500 quando os europeus chegaram aqui. Tinham comunidades de 300 pessoas que funcionavam perfeitamente. Portanto, não estamos falando de algo utópico. É algo perfeitamente possível do ponto de vista técnico/econômico/financeiro. O ponto é se as pessoas têm vontade de fazer isso. Numa comunidade é preciso pensar coletivamente. Não é possível deixar a torneira aberta gastando água, nem pegar comida demais que depois é jogada fora. É preciso ter o pensamento voltado para o bem da comunidade. Pessoas que já chegaram num determinado estágio de evolução conseguem fazer isso. Uma comunidade não é uma cidade normal onde cada um vive por si. Algumas pessoas irem morar numa determinada cidade e construírem suas casas lá não faz disso uma comunidade. Neste caso é normal termos casas simples ao lado de casas enormes e outras pessoas que nem casa tem. Ou estão com extrema dificuldade de sobreviver. Isso não é uma comunidade. Isso é a mesma coisa que a vida competitiva na cidade. Não é mudar para o campo levando o mesmo paradigma. Como também não basta comprar uma fazenda e construir as casas nela. Se não houver a intenção e organização de viverem em comunidade, ajudando-se, produzindo e vivendo da forma mais autônoma possível, isso não funcionará. Essa intenção é que até agora não houve na humanidade, com algumas exceções. Nunca esquecer que John Nash provou que isso é possível.
Portanto, existe solução para as condições de vida sub-humana da maioria da humanidade. Sempre sobra a questão da autossabotagem. Será que as pessoas querem dar esse salto evolutivo?