Reencarnação I
Quem deseja pesquisar cientificamente
este assunto encontrará farto material nos livros do psiquiatra Ian Stevenson.
Seu trabalho por mais de 40 anos reuniu dados de mais de 3000 crianças que
recordam suas vidas passadas. Estes quatro livros estão em português.
“Crianças que se lembram de vidas”
“Reencarnação – 20 casos”
“Casos europeus de reencarnação”
“Xenoglossia”
Fora isso existem milhares de
relatos na literatura espiritualista pelo mundo todo. Além, de inúmeros centros
espiritualistas onde a pessoa pode conversar face a face com espíritos.
Outra forma direta de contato é o
que se chama Viagem Astral, que é um desdobramento do corpo físico, vendo como
é a vida na próxima dimensão e onde são programadas as próximas encarnações.
Não há nada que substitua o contato direto para se ter certeza de algo.
Estas são apenas algumas das
possibilidades de pesquisa sobre o lado espiritual e a reencarnação.
O que é uma crença? É algo que
nos passaram e que acreditamos até que seja provado o contrário. Hoje em dia
poucas pessoas acreditam que a Terra é plana. Giordano Bruno foi queimado pela
Inquisição por falar que existe vida em outros planetas, entre outras coisas.
Galileu quase foi queimado por falar que a Terra gira em torno do Sol. Isso a
400 anos apenas. Hoje qualquer criança sabe que a Terra gira em torno do Sol.
Porque? Elas aprendem na escola. Mudar o paradigma de um planeta é a coisa mais
fácil quando se quer. Assim que algo é ensinado nas escolas passa a ser
considerado uma verdade e todos aceitam. O mesmo acontecerá com a reencarnação.
Mas, levará tempo.
Enquanto isso temos as seguintes
situações:
Existe Deus ou não?
Existe reencarnação ou não?
Vejamos parte por parte:
Se a pessoa acredita que existe
Deus (estou usando uma terminologia que todos possam entender) e não acredita
em reencarnação, ela terá de elaborar explicações teológicas e filosóficas
muito complexas.
Como explicar todo o mal que
existe no mundo?
Como explicar a existência de
serial killers?
Sem uma explicação racional fica
completamente impossível entender todas as incoerências que vemos na vida
humana deste planeta. Porque alguém nasce serial killer? Deus fez assim?
Algumas pessoas Ele fez boas e outras fez más? Como pode ser isso? Como Deus
raciocina? O que Ele pensa? O que Ele sente? Ele faz distinção de pessoas? Ele
é ciumento e vingativo? Tem emoções humanas? Pensa como os humanos? Faz o mal?
Tortura as pessoas? Gosta de sofrimento? Gosta de sacrifícios humanos?
Essas e outras inúmeras questões
não podem ser simplesmente jogadas para “debaixo do tapete”. É preciso pensar e
chegar nas conclusões. Nem que leve a vida inteira pesquisando e procurando a
resposta.
Ficar com a resposta de que são “os
mistérios insondáveis” não resolve o nosso problema prático terrestre.
Como dizer para uma criança que
está passando fome que é por causa dos insondáveis mistérios?
Como dizer para alguém que perdeu
a perna numa mina terrestre que é pelos insondáveis mistérios?
Como dizer para a família que
perdeu alguém vítima de um assassinato que é pelos insondáveis mistérios?
Seres racionais são obrigados a
raciocinar e procurar razões lógicas. Pois de qualquer forma terão de conviver
com essas situações. Queiram ou não queiram. É claro que se pode “jogar tudo
debaixo do tapete” e continuar empurrando a vida. Mas, o problema tratado desta
forma vai para o inconsciente e continua vivo. Atuando na vida da pessoa de uma
forma ou outra. E ai a pessoa fala que não sabe porque agiu daquela forma
inconscientemente. O que tem no inconsciente? Tudo que foi reprimido.
A questão de que Deus pode ser
bom ou mau é fundamental. Desde os primórdios os humanos fizeram oferendas e sacrifícios
para terem boas colheitas, boas chuvas, boa caça e assim por diante. Tentando
aplacar a ira de algum deus. Ou tentando fazer com que ele fique de bom humor e
atenda nossos pedidos. Mas, no fundo a questão é se Deus pode fazer o mal, pode
fazer alguém sofrer, pode criar alguém com defeito, com tendências homicidas ou
pedófilas, por exemplo. As possibilidades de maldade dos seres humanos são
infinitas. Estou só colocando alguns exemplos.
Como conduziremos nossa vida se
aceitarmos que Deus pode nos fazer mal? Como trabalharemos? Como teremos uma
família? Como poremos filhos neste mundo? Como poderemos ser felizes sabendo
que a qualquer momento Deus pode nos punir por ciúmes? Ou qualquer outra razão
humana, já que Ele tem sentimentos humanos? Qualquer pessoa ficaria paralisada de
terror se acreditasse nisso totalmente. Ele pode pensar da mesma maneira que um
chefe de campo de concentração?
Por favor, não tirem essas
palavras do contexto da explicação que estou dando. Estou elaborando um raciocínio
para que as pessoas possam pensar nestas questões.
Considerando essa possibilidade é
claro que tem algo errado nisso. A felicidade e a alegria seriam inviáveis num
planeta com esse paradigma. Seria como viver numa prisão em que os guardas
podem fazer o que quiserem conosco e não tem ninguém para nos defender. E o
pior é que seria o Todo-Poderoso que nos faria mal. Todo o resto da organização
da vida neste planeta seria inevitavelmente contaminada por essa visão de
mundo.
Portanto, se Deus existe e não
existe reencarnação, temos um problema muito complicado para resolver. A pessoa
teria uma única vida. Portanto, seria criada daquela forma que nasceu. Uns
nascem na miséria e outros na riqueza. Como explicar o sofrimento humano? Tem
algum sentido nisso? Ou é tudo um acaso? E neste caso como fica Deus? Ele não é
onipotente, onisciente e onipresente? Ou não é assim?
E todos os erros que cometemos
durante a vida? Não podemos aprender com eles e não errar novamente? E se
aprendemos seremos punidos mesmo assim? Eternamente?
Como pode Deus nos tratar de uma
forma que nós não tratamos nossos filhos? Nós ensinamos pacientemente nossos
filhos, perdoamos sem fim e damos infinitas chances de melhorarem. Deus faria
menos que isso? Então seríamos melhores que Ele.
Continua...